No início de agosto foi anunciado pelo Comitê de Política Monetária o aumento da taxa Selic de 4,25% para 5,25%. Mas, de que maneira esse aumento influencia a vida de quem deseja adquirir imóveis para morar ou investir?
Esse foi o maior aumento registrado nos últimos meses, já que a taxa se mantinha em 4,25%, tornando o ambiente econômico mais favorável para conseguir crédito durante toda a pandemia do coronavírus.
Uma das razões para esse aumento foi a inflação crescente. O Copom já anunciou que a taxa deve seguir aumentando nos próximos meses, chegando a até 7% em dezembro. Já a inflação, de acordo com relatório do Banco Central, deve chegar a 6,79% ao final do ano.
O que impulsionou o aumento da Selic
Fatores como a instabilidade no cenário político brasileiro e as eleições presidenciais no próximo ano são alguns fatores de risco para investidores, o que também influencia no aumento da taxa de juros. Além, é claro, da necessidade de retomada da economia, já que um aumento na taxa básica de juros impulsiona o retorno dos investimentos em geral.
Quando a taxa de juros está baixa – de agosto a janeiro de 2021, a Selic ficou em 2%, a menor taxa registrada na história -, o valor do crédito cobrado pelos juros está mais barato, o que atrai os compradores para o financiamento imobiliário como forma de investimento.
Os especialistas afirmam que enquanto a taxa de juros não chega a dois dígitos, não há motivos para preocupações. A taxa de 5,25% é considerada baixa para os patamares históricos do país.
A retomada da economia com o avanço da vacinação também causou o aumento de preços na construção civil. Em julho, o material de construção registrou aumento de mais de 32%, maior variação desde a década de 1990, de acordo com o jornal Estadão.
O contexto internacional, com a alta do dólar e do preço das commodities usadas na indústria, como o aço, também influenciam o aumento dos preços no segmento. A ABECIP (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) calcula que o volume de financiamento deve continuar a crescer 57% ao ano, com a demanda por imóveis ainda aquecida.
Porém, de que forma isso influencia de fato os financiamentos imobiliários?
Para especialistas, o aumento da taxa de juros em um dígito afeta mais a especulação financeira do que o mercado em si. Eles alertam que, quando se fecha um contrato de financiamento, é importante observar a que indicador ou taxa o negócio está vinculado. No caso de financiamentos pós-fixados, o aumento da Selic é algo que influencia.
Os principais bancos já anunciaram o reajuste nas taxas de créditos imobiliários:
BRADESCO – Na modalidade de crédito fixada à Taxa Referencial Tradicional, o reajuste foi de 6,90% para 7,30%. Na modalidade fixada à Poupança, a taxa foi reduzida para 2,99% ao ano.
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – No caso da Taxa Referencial, os juros partem de 7% ao ano. Na modalidade de crédito fixada ao IPCA, índice de cálculo da inflação, os juros vão até 4,95% ao ano. As modalidades vinculadas à poupança somam o índice de poupança da Caixa, mais juros de até 3,99% ao ano.
ITAÚ UNIBANCO – As taxas referenciais aumentaram de 6,99% para 7,3% ao ano mais as taxas para novas contratações. A taxa da poupança foi reduzida de 3,95% ao ano para 3,45%.
A realidade é que o aumento para as taxas do financiamento imobiliário vai depender da estratégia de cada banco para manter-se competitivo no mercado. Os financiamentos vinculados à poupança, por exemplo, tiveram queda no seu valor, tornando essa modalidade mais atrativa para o cliente.
Por exemplo, um financiamento de R$300 mil com prazo de 360 meses no sistema de amortização constante que antes tinha uma parcela de R$2,5 mil, com a taxa de 7% ao ano, a partir de agora chegará a R$2,7 mil, com uma taxa de 8% ao ano.
Especialistas afirmam que as taxas seguem atrativas devido à própria concorrência entre os bancos. Dificilmente as taxas de financiamento devem chegar acima de 11%, como foi observado em 2017.
Taxa de juros de um dígito ainda mantém o mercado aquecido
É a taxa de juros Selic que define o custo de captação dos recursos que serão oferecidos ao tomador de crédito, principalmente quando a Selic está abaixo de 8% ao ano. Já que grande parte dos recursos dos bancos para financiar imóveis vêm da poupança (os bancos pagam 70% da Selic para usar esse dinheiro e repassam o empréstimo a 7% ao ano, geralmente), quanto mais a Selic sobe, mais caro fica para os bancos arrecadar esse dinheiro e por isso os custos são repassados ao cliente.
Conforme especialistas, uma taxa de 8% no financiamento imobiliário ainda mantém a demanda por imóveis aquecida. Porém, no momento em que as taxas começam a passar de dois dígitos, o impacto nas parcelas fica mais significativo. Dessa forma, até a aprovação do crédito é dificultado, já que ele deve comprometer, no máximo, 30% da renda mensal do cliente.
Comprar para morar versus comprar para alugar
Resumindo: se o objetivo é adquirir um imóvel para morar, esse é um bom momento! Porém, se o cliente deseja fazer um financiamento para colocar o imóvel para alugar, como investimento, talvez seja melhor pensar duas vezes. Quanto mais caros os imóveis, menos interessante é o retorno do aluguel, já que o seu valor é uma proporção entre o que foi investido e a rentabilidade do preço de locação.
Algumas opções para diminuir o impacto desse aumento nos financiamentos é pagar o máximo valor possível à vista na entrada, com o objetivo de diminuir as parcelas do financiamento, ou até mesmo optar por financiamentos por prazos menores. Dessa forma, os juros não incidem por um prazo muito prolongado.
Para encontrar as melhores opções de financiamento, pesquise as simulações disponíveis nos sites dos bancos, inserindo suas informações de renda e qual o valor do imóvel que você deseja adquirir.
E se você tem uma ideia de como é o lar que você procura, que tal conferir os empreendimentos da Real Urbanismo? Com projetos arquitetônicos voltados para as pessoas e que apostam em um novo urbanismo, a Real tem diversas opções em seu portfólio, localizadas em Santa Catarina.
O Real Parque, o Île Mormaii e o Bewiki, uma proposta inovadora no mercado, que engloba diversos serviços de compartilhamento, são algumas das opções disponíveis. Acesse o nosso site e conheça os nossos empreendimentos!